Em 20 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra. A data maca o dia da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, no ano de 1695. Zumbi morreu em combate, defendendo a cultura e a liberdade do seu povo, contra o sistema escravista, no Brasil Colonial.
A criação desta data, em justa homenagem a Zumbi, visou aprofundar os debates e conscientizar a população acerca da relevância do povo africano na formação da cultura nacional. Infelizmente, no Brasil, apesar da abolição da escravidão, a igualdade racial ainda é um sonho distante.
Para se ter uma ideia, somente em 2089, negros e brancos terão renda equivalente no país. Em 2015, o salário dos brancos foi o dobro do recebido pelos negros, ou seja, R$ 1.589,00 contra R$ 898,00. Além disso, 67% dos negros brasileiros recebem apenas 1,5 salário mínimo, enquanto os brancos são menos de 45%.
No setor financeiro, a desigualdade também é gritante. Apenas 2,9% dos bancários são negros, enquanto os brancos são 74,8% da categoria. Em relação ao gênero, apenas 6.312 bancárias são negras, enquanto 181.834 são brancas. Quanto à remuneração, dos bancários que ganham mais de 20 salários mínimos, apenas 1,2% são negros, enquanto 83% são brancos.
As informações acima são da Oxfam, entidade humanitária fundada no Reino Unido e presente em 94 países, e da Rais 2016.
Diante desses números assustadores, novembro, mês da Consciência Negra, não deve ser um mês de comemoração, mas de luta e reflexão para apontar caminhos para uma sociedade mais justa e igualitária, que debata o racismo com seriedade, colocando um fim a essa prática que ainda assola a nossa nação.
Confira, na íntegra, a edição digital de março/2024 - edição extra do JB
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