O Governo de Michel Temer vem comemorando sucessivos anúncios do Banco Central de corte da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. De 14,25% ao ano em outubro do ano passado, ela chegou a 8,25% em setembro deste ano e a expectativa é que termine 2017 na casa dos 7%.
A taxa, entretanto, não representa exatamente a cobrada dos consumidores, que é muito mais alta. Enquanto a Selic despenca, as taxas de juros dos cartões de crédito e cheques especiais, por exemplo, se mantêm em três dígitos ao ano.
Para se ter uma ideia, em agosto, a média dos juros do cartão de crédito rotativo - quando a pessoa paga apenas o mínimo da fatura - era de 397,4% ao ano. Isso significa que se uma pessoa deixa de pagar atualmente 500 reais da conta do cartão em um mês verá sua dívida chegar a quase 2.500 reais em um ano.
Apesar de servir como referência para todas a outras taxas praticadas - tanto no crédito quanto nos investimentos - a Selic é apenas um dos componentes para determinar o valor delas. No caso dos cartões de crédito e cheques especiais, as taxas dos juros são livres e estipuladas pelos próprios bancos, não existindo assim qualquer controle de preços ou tetos para o valor cobrado.
A única obrigatoriedade que a instituição tem é a de informar aos clientes quais são os juros aplicados caso ele decida recorrer a qualquer tipo de crédito. Os bancos brasileiros, os principais operadores dos cartões, não explicam, no entanto, detalhadamente os critérios da taxa.
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