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DESTAQUE / PLEBISCITO

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Por que voto SIM para sair da CUT

Em pleno século XXI, é gritante que não haja isonomia de direitos entre os bancários.

11/05/2011 às 18:09
*David Sá Barros
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David Sá Barros

À categoria bancária são exigidas muitas competências. Talvez a maior de todas é a paciência. Integramos o multibilionário ramo financeiro do Brasil, que hoje se destaca mundialmente entre as maiores fábricas de resultados. No caso específico do Santander, os lucros obtidos no Brasil têm servido até para equilibrar os prejuízos do banco espanhol em outros países.
Os bancários são as engrenagens que fazem essa espécie de fantástica fábrica financeira faturar estrondosamente, entretanto as condições de trabalho em diversos recintos bancários, mais do que sempre, agora mesmo merecem uma melhor atenção das autoridades com poder de forçar os banqueiros a tratarem de forma humana e decente seus empregados, clientes e usuários.

Haja crise, ou não; haja inflação, ou não; o banqueiro “bomba” sempre. Da era FHC até Lula/Dilma, os lucros anuais de cada um dos cinco maiores bancos saltaram da faixa dos 500 milhões para a casa da dezena de bilhões de reais. Mas os nossos salários até hoje padecem de perdas inflacionárias. Para nos recuperarmos da inflação medida a partir do Real (1994), os colegas da rede privada necessitam de reajuste da ordem de 30%. Para os colegas de bancos oficiais, a média das perdas é 92,5%. Quanto à participação nos resultados, seria minimamente razoável que a nossa parte evoluísse na mesma proporção dos lucros contabilizados para os banqueiros.

Em pleno século XXI, é gritante que não haja isonomia de direitos entre os bancários. Mas intrigante mesmo é enxergar a omissão criminosa da Contraf/CUT, que se esconde como pode do problema e o empurra para o Legislativo resolver. Porém, nada cobra do Executivo, este o verdadeiro autor da safadeza. A isonomia acabou a partir de duas Portarias (9 e 10) do Ministério do Planejamento, uma de 1995 e a outra de 1996, todas as duas são heranças malditas da era FHC que o governo Lula se esquivou de revogar como consequência da falta de atitude da Contraf/CUT.

Por que não colocar as perdas inflacionárias e a isonomia na pauta de reivindicação negociada com os banqueiros a partir de setembro? Por esta e outras omissões é que pedimos aos bancários votarem SIM para o SEEB-MA se desfiliar da CUT.

Com medo de perderem a condição de liberados do batente nos bancos, os defensores da permanência do Sindicato filiado à CUT argumentam que vamos nos “dividir”, “enfraquecer” e “ficar isolados”.

Divididos já estamos com a Contraf/CUT, que não exige um acordo único para o pessoal do BASA, BB, BNB e Caixa. No rumo contrário, todos os anos a Contraf/CUT recomenda assembleias separadas para fechar acordos coletivos distintos. Desse modo, de propósito, a Contraf/CUT protege o governo federal de grandes e fortes mobilizações em bloco do pessoal de bancos oficiais. Assim, enfraquecidos nós permaneceremos enquanto agregados à estrutura da CUT, cuja representatividade perante os trabalhadores brasileiros encolheu significativamente para 38,32%, como consequência de ter se vendido por cargos no governo Lula/Dilma e pelo dinheiro do imposto sindical.

Vote SIM para apartarmos o SEEB-MA dos pelegos da CUT, que só pensam em acumular cargos e em tirar proveito próprio usando a categoria bancária como bucha de canhão.

*David Sá Barros é presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão.

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