Aconteceu na manhã desta quarta -Feira (03) em Curitiba no Plenarinho da Assembléia Legislativa, uma Audiência Civil Pública provocada a partir de um pedido do Presidente da Federação dos Bancários do Paraná, Gladir Basso ao Deputado Estadual Tadeu Veneri.
Estiveram presentes os dirigentes Gilberto Lopez Leite presidente do Sindicato dos Bancários de Ponta Grossa acompanhado do diretor daquela entidade Julio Marenda, Leduir Tonial e Gervásio Rohde diretores do Sindicato dos Bancários de Pato Branco e os diretores da Federação, Edson Capinski, Algacir Alberti, Iara Freire, Marcos Martins, Valfrido Oliveira e Marcus Fressato.
Na audiência o Deputado Estadual Tadeu Veneri abriu os trabalhos, dando a palavra ao Presidente da FEEB, Gladir Basso que também estava representando o Presidente da CONTEC, Sr. Lourenço do Prado, Gladir falou aos presentes sobre os sucessivos questionamentos aos resultados apresentados pelo HSBC no Brasil, que há anos o banco vem sendo cruel com seus empregados e frequentemente apresentando prejuízos questionáveis no país. Gladir lembrou a significância e a responsabilidade que o HSBC deveria ter assumido ao adquirir o Bamerindus, o que não honrou, pois reduziu agências, empregados e também piorou muito as condições de trabalho.
Gladir Basso também enfatizou que a Federação dos Bancários do Paraná vem mantendo contato permanente com a direção do Banco mas muitas vezes sem sucesso, e conclamou as entidades presentes a se expor e ir à campo na defesa incondicional principalmente dos mais de 20.000 empregos que o HSBC concentra no Brasil.
Também estava presente na Audiência a Sra Mirian, Vice Prefeita de Curitiba que falou sobre as tantas violações de direitos humanos, da PL 4330 que normatiza as terceirizações e outras tantas medidas que aviltam os direitos das pessoas fazendo, dentro desse contexto, uma correlação entre o caos que poderá ser a venda o HSBC gerando muitas demissões e redução de vários postos de trabalho no Paraná e principalmente em Curitiba. Mirian também enfatizou que, se o HSBC sair de Curitiba haverá a diminuição de receita para a Prefeitura de Curitiba na ordem de R$800 milhões, valor este pago anualmente de impostos pelo banco.
Presente também o Sr Odone Fortes Martins, Presidente da Associação Comercial do Paraná, falou em nome de uma das mais representativas comerciais do estado e manifestou muitas preocupações considerando a tradição que o Banco HSBC herdou adquirindo o Bamerindus e lamentou, pois com a iminente venda do HSBC, não só alguns perderão mas sim todos os paranaenses. Estavam presentes também representantes de outras correntes sindicais.
Falou também aos presentes o Deputado Requião Filho que enfatizou a qualidade dos trabalhadores empregados hoje no HSBC e se colocou à disposição para levar a questão da venda do HSBC até o Senado em Brasília.
Para apresentar alguns dados estatísticos, foi convidado o economista do DIEESE Cid Cordeiro. Cid lembrou que o Paraná é um estado de lutas, que sempre foi um estado marcado pela resistência à venda de suas empresas como o Banestado e depois o Bamerindus. Cid apresentou aos presentes a evolução dos empregos gerados pelo HSBC onde o menor patamar de emprego no banco foi em 2000 com 19 mil vindo de 40 mil empregados em 1990. Que o HSBC é o sexto maior empregador no segmento bancário hoje representando 5,95% do setor, a saber: Banco do Brasil 112 mil funcionários, Caixa 102 mil, Bradesco 96 mil, Itaú 93 mil, Santander 49 mil e HSBC 21,5 mil funcionários. Segundo o economista do DIEESE o HSBC não consegui se equacionar numa escala de crescimento dentro do sistema financeiro brasileiro, sendo assim, já dava indícios econômicos de pouca saúde desde 2010.
É sabido de todos, pois a imprensa divulgou amplamente, que o HSBC deverá ter sua venda efetivada até agosto, pois o cronograma divulgado vem sendo cumprido, em abril a consultoria Goldman Sachs foi contratada e em junho foi divulgado que as propostas de compra seriam encaminhadas e realmente foram no dia de ontem. Diante disso, a venda do HSBC num valor entre R$12 e R$15 bilhões deverá acontecer no mês de agosto, diante do escasso tempo é imprescindível uma grande mobilização das diversas forças sindicais e políticas visando atuar nessa venda visando, pelo menos, diminuir ao máximo o impacto social da negociação enfatizou Gladir Basso presidente da Federação dos Bancários do Paraná.
Pela plenária ficou deliberado que: - Será montada um comitê intersetorial congregando o maior número de entidades de todos os segmentos possíveis a qual terá como missão concentrar informações e levar à instâncias superiores como o Senado Federal e Banco Central as necessidades fundamentais para preservação do mínimo de "proteção social" aos empregados e também lutando para que não se percam as sedes do banco HSBC na cidade de Curitiba;
- Em todas as câmaras de vereadores onde há agências do HSBC aconteçam audiências e os representantes sindicais da região procurem contato com os representantes do Banco nesta regiões;
- Audiência com o Ministro do Trabalho visando multiplicar as informações e deliberações na Audiência Civil Pública;
- Serão procuradas a FIEP e a FECOMERCIO para engajá-los na luta.
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