DESTAQUE / CAMPANHA SALARIAL

Fenaban não apresenta proposta de reajuste

Vitimização! Fenaban não apresenta proposta e diz que setor está em risco por causa da concorrência.

10/08/2024 às 07:54
Com informações do SEEB Bauru

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Os anos passam mas a enrolação da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) durante as campanhas salariais da categoria bancária segue sendo a mesma. Na quarta-feira (07/08), foi realizada a 6ª rodada de negociação entre a Contraf-CUT e os representantes dos banqueiros. Previsivelmente, nenhuma proposta de remuneração foi apresentada. A próxima negociação ocorrerá no dia 13 de agosto.

Vitimização

De acordo com a Contraf, a Fenaban apresentou dados sobre o custo de funcionários e como o aumento de concorrência, diante do surgimento de novas instituições de pagamento, coloca em risco o setor bancário. Sobre o custo de pessoal, o movimento sindical criticou a mesquinhez dos bancos, ressaltando que as receitas de tarifas das instituições pagam 127% da folha.

A Federação também declarou que a rentabilidade – capacidade de obterem retorno financeiro a partir de investimentos, em relação ao patrimônio – de 15% em 2023, foi baixa. O movimento sindical refutou a alegação, afirmando que os bancos “choram de barriga cheia”, ainda mais ao comparar os retornos de outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a rentabilidade média é de 6,5% acima da inflação. Já na Espanha, a rentabilidade é de 10% e, na Inglaterra, 9%. Também foi ressaltado que hoje 82% do crédito brasileiro e 81% dos ativos do setor financeiro estão nas mãos dos bancos.

Para a oposição bancária nacional, essa vitimização dos banqueiros não pode ser aceita! Em 2023, os cinco maiores bancos do país lucraram R$ 108,59 bilhões. Como essas instituições não podem reajustar dignamente o salário e benefícios daqueles que foram as peças-chaves para o alcance desse resultado astronômico?

Nos últimos oito anos, os bancários tiveram um déficit nos salários de 0,3%, abaixo da inflação. Além do achatamento salarial, o adoecimento da categoria está cada vez maior. Atualmente, os bancários representam 25% dos afastamentos de trabalhadores por acidentes de trabalho devido a questões psíquicas, apesar de serem apenas 0,8% dos empregos formais.

Chega de perdas! Chega de enrolação! Queremos propostas! Exigimos que a Contraf-CUT convoque uma rodada nacional de assembleias para deflagrar a greve!