Bancos afirmam que não vão retirar direitos, porém ainda não apresentaram novo índice de reajuste e insistem em um acordo bianual.
Na nona rodada de negociação da Campanha Salarial 2018, realizada nessa quinta-feira (23/08), em São Paulo, a Fenaban apresentou nova proposta ao Comando Nacional dos Bancários, garantindo a manutenção das cláusulas da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
De acordo com os banqueiros, estão assegurados: o pagamento integral da PLR às bancárias em licença-maternidade e aos afastados por doença ou acidente; o salário substituto, os adicionais de insalubridade e periculosidade, bem como a proibição de divulgação de rankings individuais.
“No entanto, os bancos insistem em um novo acordo bianual, o que representa um risco para a categoria, ainda mais com a vigência da Reforma Trabalhista. Trata-se de um período em que os bancos poderão fazer novas reestruturações, demitindo, descomissionando e precarizando as condições de trabalho dos bancários, como já fez de 2016 a 2018” – avaliou a diretora do SEEB-MA, Gerlane Pimenta.
Nesta sexta-feira (24/08), às 10h, as negociações com a Fenaban continuam para definir um novo índice de reajuste salarial para a categoria, que precisa ser condizente com o lucro de quase R$ 80 bilhões obtido pelos bancos somente em 2017.
“Não aceitaremos migalhas. Os lucros dos bancos crescem de 20 a 30% ao ano. Logo, é inadmissível que eles nos ofereçam apenas 4,2% de reajuste (inflação + 0,5% de aumento), valor que mal cobre a inflação, sendo muito inferior ao aumento dos combustíveis e alimentos” – destacou o diretor Dielson Rodrigues.
Após a rodada com a Fenaban, serão retomadas as tratativas com os bancos públicos, onde questões de suma importância ainda precisam ser discutidas, como o Saúde Caixa e a PLR Social, além do banco de horas e o intervalo intrajornada, direitos históricos que o Governo Federal quer retirar, respectivamente, dos bancários da Caixa e do Banco do Brasil.
Apesar dos pequenos avanços na negociação com a Fenaban, o presidente do SEEB-MA, Eloy Natan, voltou a defender a deflagração de uma greve geral para garantir uma proposta digna, que atenda, de fato, às reivindicações da categoria e não aos interesses do Comando Nacional e de seus dirigentes.
“O objetivo do Comando é conduzir essas negociações até o dia 31 de agosto, data que a convenção e os acordos coletivos perderão a validade. Dessa forma, os bancários se verão obrigados a aceitar um acordo rebaixado e bianual, com receio de perder os tíquetes, abonos, licenças, PLR, dentre outros direitos, que estarão suspensos. Em troca, o Comando Nacional conquistará uma cláusula na CCT, garantindo o desconto anual de 3% dos salários dos bancários, em substituição ao revogado Imposto Sindical, mantendo, assim suas benesses em detrimento dos interesses dos bancários. Essa é a razão da passividade do Comando nas mesas de negociação. Por isso, a categoria deve se manter mobilizada e pronta para a greve, contra esse jogo de interesses e para lutar por mais conquistas” – finalizou Eloy.
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