Processo atingirá a direção-geral, as superintendências e as agências em todo o Brasil.
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O Governo Bolsonaro continua o processo de desmonte dos bancos públicos. A vítima da vez é o Banco do Brasil e seus funcionários, que sofrerão com uma nova e nefasta reestruturação, que atingirá a direção-geral, as superintendências e as agências em todo o Basil.
O objetivo é investir no atendimento digital, demitir bancários, fechar unidades físicas e transformá-las em 333 novos PAs, com menos funcionários e atendimento precarizado. O período de adesão ao chamado “Programa de Adequação de Quadro” (PAQ) começa nesta terça-feira (30/07) e vai até o dia 14 de agosto.
Dentre as migalhas oferecidas pelo banco para quem aderir ao PAQ do BB, pode-se citar: 7,8 salários para que laborou por até 20 anos; 9,8 salários para quem atuou por mais de 20 anos na instituição; verbas rescisórias; ressarcimento de plano de saúde por um ano; possibilidade de se aposentar ou pedir desligamento consensual, dentre outros incentivos rebaixados.
De acordo com o Banco do Brasil, o programa não tem como meta demitir funcionários, mas remanejá-los de locais onde há excesso de pessoal para outros com quadro reduzido. Porém, na verdade, trata-se, sim, de um programa de demissão voluntária (PDV), pois muitos trabalhadores não aceitarão mudar de cidade ou migrar para cargos mais baixos, vendo-se praticamente obrigados a optar pelo desligamento.
Com o PAQ e outros PDVs, o Governo Bolsonaro pretende economizar até R$ 2,3 bilhões por ano, com a demissão de 21 mil empregados das estatais, a fim de reduzir custos e aumentar a produtividade à custa da exploração dos trabalhadores.
“Vale lembrar que esses programas, geralmente, possuem cláusulas que obrigam os aderentes a abrirem mão de ações judiciais contra o banco, o que é inadmissível. Além disso, quem costuma se recusar a aderir, sofre retaliações, como a redução de salários ou a perda de cargos, fatos estes que devem ser denunciados ao Sindicato para que sejam tomadas as medidas legais” – afirmou o presidente do SEEB-MA, Eloy Natan.
Em 2018, um programa similar foi lançado pelo BB, culminando no desligamento de 2.195 funcionários, número este que o Governo pretende alcançar com o PAQ, rumo à digitalização do Banco do Brasil, com menos agências, menos bancários e um serviço de pior qualidade para os clientes e usuários do BB em todo o país.
“Esse é mais um ataque do Governo Bolsonaro às estatais e ao patrimônio do povo brasileiro. O que defendemos é a contratação de mais bancários, a criação de mais agências, proporcionando, assim, condições dignas de trabalho e de atendimento à população” – finalizou Eloy.
Confira, na íntegra, a edição digital de março/2024 - edição extra do JB
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