Confira a análise sobre a greve dos bancários 2016.
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Após 31 dias, terminou a greve dos bancários no país. Em vários Estados, os empregados da Caixa Econômica Federal rejeitaram a proposta apresentada e permaneceram ainda mais um dia paralisados. Os bancários foram a primeira categoria a se levantar em âmbito nacional contra o Governo Temer e os planos de retirada de direitos dos patrões.
Durante a greve, foram fechadas centenas de agências e centros administrativos de bancos privados e públicos em diversas cidades. A última proposta apresentada pelos banqueiros e pelo Governo foi de 8% de reajuste salarial, abono de R$ 3.500, 15% no vale-alimentação e 10% no vale-refeição. A força da greve garantiu, ainda, o abono total dos dias parados, mas a categoria teve que aceitar “goela abaixo” um acordo com validade de dois anos, com reposição do INPC + 1% de ganho real em setembro de 2017. A não reposição da inflação e o acordo bianual são derrotas para os trabalhadores impostas pela burocracia sindical, patrões e Governo no momento de grandes ataques sofridos pelos trabalhadores.
Neste ano, a direção da Contraf antecipou o início da greve, para logo após o impeachment, sem uma preparação maior da campanha na base da categoria. Não contavam com o endurecimento dos banqueiros na mesa de negociação e tiveram que reforçar o movimento no meio da greve para pressionar por uma proposta melhor. A categoria permaneceu firme em não aceitar uma proposta com perdas e setores novos de comissionados aderiram ao movimento.
A proposta de acordo bianual só passou devido à presença de altos comissionados nas assembleias e ao terrorismo imposto pelas direções sindicais com a compensação dos dias parados caso a proposta não fosse aceita.
A greve foi derrotada, também, pela falta de uma política consequente da Contraf/CUT no sentido de construir uma campanha unificada com outras categorias (Correios e petroleiros) e com as lutas gerais, como a do dia 22 de setembro e a contra a PEC 241, que limita os gastos sociais para garantir o pagamento da dívida pública para os banqueiros. No Maranhão e no Rio Grande do Norte, sindicatos dirigidos pela oposição, foram realizadas reuniões e plenárias conjuntas para buscar a unificação dos diversos setores em luta.
Ao impor uma nova campanha salarial somente daqui a dois anos, o caminho está aberto para que banqueiros e Governo ataquem nossa categoria e nossa classe com ataques como terceirização, privatização, demissões e reestruturações. Por fim, acumular mais perdas salariais e não ter avanços nas questões específicas da Caixa, BB e bancos regionais, num momento em que os bancos lucram bilhões, também não tem sentido algum.
Os bancários precisam manter a mobilização junto aos outros trabalhadores contra os ataques gerais que estão por vir, marcando presença, também, nas lutas específicas da categoria contra as demissões imotivadas nos bancos privados; contra a proposta de ratear o déficit da Cassi com os empregados do Banco do Brasil; e pela revogação do RH184 na Caixa Econômica Federal, que extingue funções, retira o direito de incorporação de gratificações e possibilita a dispensa imotivada das comissões.
O SEEB-MA faz um chamado à CUT, à CTB e aos seus sindicatos para a construção de uma greve geral neste país, com a preparação da categoria em assembleias na base para derrotar os planos de retirada de direitos do Governo. Vamos à luta!
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