PLANTÃO / NOTA DE FALECIMENTO

SEEB-MA lamenta a morte do professor Luizão

16/03/2020 às 11:28
Ascom/SEEB-MA

 “A minha militância se confunde com o meu próprio nascimento”. Assim, de modo preciso, Luiz Alves Ferreira, o professor Luizão, definiu-se, certa vez, em uma entrevista. Com imenso pesar, em razão da morte desse ilustre companheiro, ocorrida nesta madrugada (16/03), o SEEB-MA toma a liberdade de não apenas confirmar, mas reinterpretar tal frase, afirmando que a sua militância, professor, se reverberará mesmo após a sua partida.

Seu exemplo como negro, quilombola, acadêmico, médico e, sobretudo, como militante, já está marcado em nossa história, não apenas no movimento antirracista, mas por onde passou. Luiz Alves Ferreira deixa esse plano, mas o seu legado, de um homem que lutou nas mais variadas trincheiras, defendendo as causas de muitos, continua... Irretocável.

Neste momento de dor, o SEEB-MA presta suas condolências aos amigos e familiares do professor Luizão e, com a devida licença, despede-se, desse grande mestre, com a homenagem feita a ele pelo Bloco Akomabu, do Centro de Cultura Negra do Maranhão: Luizão: guerreiro quilombola, símbolo de luta, sempre presente!

Quem foi Luizão Alves

Luizão nasceu no Quilombo Saco das Almas, no município de Brejo, localizado a 318 Km de São Luís e concluiu sua graduação Medicina pela Universidade Federal do Maranhão, em 1971. Especialista em Patologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Luiz Alves fez seu Mestrado em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia, em 1992.

Um dos fundadores do Cento de Cultura Negra - CCN. Luizão, foi um importante militante da causa antirracista, um dos precursores do debate em torno da saúde da população negra. Era secretário regional da SBPC-MA e membro do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia do Maranhão. Também membro do Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde; membro do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Chefe do Departamento de Patologia da UFMA; Chefe do Serviço de Patologia do Hospital Universitário Presidente Dutra; membro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, representando o Centro de Cultura Negra do Maranhão – CCN-MA, de 2012 a 2013; e foi presidente do Conselho Estadual de Política de Igualdade Racial do Maranhão, de 2008 a 2011.

Em 2020, foi homenageado pelo Bloco Afro Akomabu com enredo "Luizão: guerreiro quilombola, símbolo da luta contra o racismo".