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A Campanha Salarial no Banco do Brasil foi marcada por uma grande mobilização da categoria e por uma verdadeira rebelião de base. Apesar da luta, especialmente dos setores de oposição, o ACT 2024/2026 foi assinado sem avanços para o funcionalismo devido às manobras da CONTRAF-CUT.
Essa confederação – aliada dos banqueiros e dos patrões – chegou ao absurdo de comemorar o anúncio da reestruturação pelo BB, omitindo que toda medida como essa é prejudicial, visando apenas reduzir custos, aumentar os lucros do banco, ceifar direitos da categoria e açoitar a população!
Nesse sentido, o BB já começou a colocar em prática a primeira de várias reestruturações que visam remodelar – para pior – o modelo de atendimento do banco. Com a legitimidade dada pela CONTRAF, o que se nota agora são mais ataques na mesma linha dos praticados pelo Governo Bolsonaro em 2021.
Para os caixas, redução salarial e o fim iminente da função. Quanto aos escriturários, remoção para outras unidades, a fim de acabar com o atendimento presencial do povo mais carente nas agências. Já para os supervisores, o banco quer que retornem à jornada de 8h em afronta a decisões da Justiça.
É perceptível, pois, uma clara precarização do trabalho. Outro exemplo é a transformação de funções em cargos comerciais com metas abusivas. Como se não bastasse, o banco introduziu o funcionário “faz tudo”, com tarefas diversas como “abrir os caixas”, o que gera sobrecarga e insegurança.
Alertamos para os impactos dessa reestruturação perversa, que segue a lógica dos bancos privados, e já cobra um alto preço do funcionalismo (também em relação à saúde mental) e dos clientes mais vulneráveis, que sofrerão com o atendimento precarizado devido ao quadro de pessoal deficitário.
Por todo o exposto, registra-se o nosso repúdio tanto ao BB quanto à Contraf-CUT, esta última – principalmente – por aplaudir o desmonte dos setores mais mobilizados do Banco do Brasil, tornando a luta por conquistas e por nenhum direito a menos mais difícil. Contudo, continuaremos a lutar!
ENTENDA MELHOR A REESTRUTURAÇÃO
SUPERVISORES
Para se ter ideia, a função de supervisor de atendimento será extinta, sendo substituída pelo cargo de especialista de atendimento, com acréscimo salarial. Segundo o banco, supervisores efetivos que se inscreverem no processo seletivo para o novo cargo terão a sua vaga assegurada em suas respectivas unidades, mas terão que incorporar as novas rotinas do novo cargo de abordagem transversal.
Em agências sem supervisores efetivos, o cargo não será criado, reduzindo a quantidade de funcionários (dotação). Precisamos ficar atentos ainda aos possíveis impactos que essa medida poderá ocasionar às ações judiciais de redução de jornada que buscam o pagamento da 7ª/8ªh para os então ocupantes do cargo. Não vamos permitir retrocessos e buscaremos a Justiça se necessário!
ASSISTENTES
Para os assistentes, aqueles que possuem jornada de 8h permanecem sem alterações funcionais, enquanto os de 6h deverão migrar para o novo cargo, que acumulará novas funções, incluindo a abertura de caixas e outras rotinas, ou seja, mais uma tarefa de risco para esses bancários.
CAIXAS
Por sua vez, a função de caixa segue cada vez mais ameaçada. O Banco promete priorizar os caixas na migração para funções comerciais, desde que participem de processos de concorrência e qualificação, mas não inclui os caixas substitutos na prioridade, o que causa insegurança na categoria.
Na Campanha Salarial, o BB afirmou que haveria vagas suficientes para todos os caixas migrarem para as novas funções de assistente, mas a falta de clareza sobre a quantidade de cargos disponíveis gera preocupação, devido ao elevado número de caixas no país. Essa indefinição agrava a saúde dos trabalhadores, que se veem forçados a aceitar mudanças sob risco de perderem suas gratificações.
AÇÃO JUDICIAL
Deve-se ressaltar que em âmbito nacional, uma ação mantém a gratificação para caixas efetivos entre 2021 e 2024, garantindo ainda a incorporação daquela para quem completou 10 anos em 2017. Um pequeno alívio para o funcionalismo. Porém, não há qualquer menção por parte do BB de que irá cumprir essa decisão nem de seus patronos (CONTRAF) de que vão cobrar o cumprimento dela.
PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
Diante dessas explicações, fica evidente que essa reestruturação representa um claro retrocesso. Isso é mais visível na situação dos caixas, em que o BB busca substituir uma gratificação efetiva por substituições diárias, impactando a saúde financeira dos trabalhadores. Muitos destes possuem empréstimos e talvez não consigam migrar para uma vaga de assistente por exemplo.
A preocupação é geral entre o funcionalismo. No caso dos especialistas de atendimento, a precarização é menos evidente, mas a criação de uma função mais genérica e adaptável gera sobrecarga de atribuições.
Por tudo que fora explicado, a oposição bancária precisa urgentemente construir um calendário de luta nacional com movimento gradual de pressão para que se exija do BB respeito aos seus funcionários. Bancário(a): mobilize-se no seu local de trabalho, explique esse ataque aos seus colegas, cobre o apoio do seu Sindicato e vamos juntos construir uma grande mobilização de base para resistir e vencer essa nociva reestruturação no Banco do Brasil apoiada pela CONTRAF-CUT.
A LUTA CONTINUA!
Banco do Brasil impõe prejuízo à Cassi e deve pagar a conta!
© SEEB-MA. Sindicato dos Bancários do Maranhão. Gestão Trabalho, Resistência e Luta: por nenhum direito a menos!