SEEB-MA denunciou os impactos sociais, econômicos e trabalhistas do desmonte bancário no Brasil.
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Resultado de uma série de mobilizações desde o início do ano, o SEEB-MA participou, nessa terça-feira (14/10), de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, em Brasília, para denunciar os impactos sociais, econômicos e trabalhistas do fechamento de agências e da digitalização bancária no país.
No Maranhão, o cenário é alarmante. Entre 2024 e 2025, o Bradesco - que incorporou o antigo Banco do Estado (BEM) - fechou 61 unidades (21 agências e 40 postos de atendimento). Além disso, diversas unidades também foram encerradas pelo Itaú e Santander. Muitas dessas agências eram as únicas de seus municípios, deixando milhares de maranhenses completamente sem acesso local a serviços bancários.
“Fechar agência onde não há internet ou estrutura básica não é modernização, é exclusão. É transferir o custo do acesso ao bolso do povo” - denunciou o coordenador-geral do SEEB-MA, Rodolfo Cutrim.
Segundo o advogado do Sindicato, Guilherme Zagallo, 60% da população rural do Maranhão ainda não tem acesso à internet, segundo dados da Anatel.
“Milhares de pessoas agora precisam viajar quilômetros para sacar benefícios sociais, comprometendo até 20% da renda mensal apenas com transporte. O resultado é empobrecimento, fechamento de pequenos comércios, informalidade e falta de crédito” - destacou Zagallo.
Mesmo com lucros anuais acima de R$ 100 bilhões, os grandes bancos privados seguem abandonando cidades inteiras, ignorando qualquer responsabilidade social. A digitalização - embora inevitável - tem sido usada como pretexto para cortar custos, sem qualquer preocupação com a população mais vulnerável.
Diante do fechamento de agências, o SEEB-MA chegou a obter decisão favorável em 1ª instância, em ação movida com apoio do PROCON/MA, determinando a reabertura de unidades do Bradesco. No entanto, o banco recorreu e obteve vitória na 2ª instância, o que reforça a urgência de se buscar soluções no âmbito legislativo.
Como alternativa, o SEEB-MA elaborou - em conjunto com a senadora Eliziane Gama - um projeto de lei federal que será apresentado no Senado nas próximas semanas. A proposta visa proibir o fechamento de agências em localidades onde não existam alternativas presenciais adequadas e estabelecer deveres sociais mínimos para as instituições financeiras, a fim de evitar fechamentos arbitrários.
"Para o Sindicato, a audiência foi um marco na luta contra a exclusão bancária e em defesa dos empregos da categoria. O SEEB-MA segue mobilizado para que o Congresso Nacional cumpra seu papel diante do desmonte em curso. A luta continua. Não à reestruturação dos bancos privados!" - finalizou Rodolfo.
Além de representantes do SEEB-RN e do SEEB Bauru, participaram da audiência os coordenadores do SEEB-MA, Cássio Valdenor, Marla Brito, Cláudio Costa, Gerlane Pimenta, Lívia Morais, Rodolfo Cutrim e o advogado Guilherme Zagallo.
SEEB-MA denuncia fechamento de agências em audiência na Câmara
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