
Descomissionamentos sem critério e punições arbitrárias criam um clima de medo e adoecimento.
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Aos amigos do Rei, tudo; aos outros, os rigores da gestão. Essa lógica maquiavélica se impõe em algumas camadas hierárquicas da gestão do Banco do Brasil no Maranhão, onde o descomissionamento tem ocorrido sem demonstrações claras ou critérios objetivos, gerando entre os bancários um clima de insatisfação, medo e ameaça constante. Trata-se de uma política de viés autoritário que substitui o diálogo pela punição e a valorização pelo controle, instaurando um ambiente de trabalho marcado pela instabilidade e pela pressão silenciosa.
Na verdade, o que percebemos é que, de tempos em tempos, o Banco do Brasil no Maranhão recorre a instrumentos nada diplomáticos com potencial de aniquilar a carreira de bancários que não se enquadram em seu "modus operandi" perverso. Se antes o símbolo dessa política era o chamado “Facão de Ouro”, agora o que prevalece é o “Punhal de Prata".
Mesmo sendo banco público e um dos maiores agentes de desenvolvimento do país, o BB mantém práticas típicas da iniciativa privada: metas inalcançáveis, pressão psicológica constante e punições para quem não entrega resultados acima da realidade econômica. Pouco importa se a economia vai mal ou se a taxa de juros é uma das maiores do mundo: o lema é sempre o mesmo - lucrar a qualquer custo.
O impacto dessa política é devastador. Somente em 2024, 472.328 trabalhadores foram afastados por adoecimento no país. Os bancários já estão entre as quatro categorias mais afetadas, com gerentes de contas (PF e PJ) ocupando o 2º lugar e escriturários de banco aparecendo logo em seguida, segundo dados do INSS/SmartLab. Ou seja: o banco cobra produtividade crescente, mas quem paga essa conta é a saúde do trabalhador.
Enquanto o bancário resiste para não adoecer, o atendimento à população se deteriora: agências são transformadas em “lojas” sem guichês de caixa, serviços essenciais desaparecem e comunidades inteiras ficam reféns de autoatendimento digital. A receita é cruel: o banco terceiriza responsabilidades e ainda mantém a cobrança do pacote de serviços.
Essa é a contradição que precisa ser denunciada: a precarização do trabalho e do atendimento caminham juntas, impulsionadas pelos maiores lucros bancários da história. Nessa lógica, o papel social do banco público se esvai e restam medo, metas e sofrimento - práticas que colocam em risco a essência do serviço bancário público.
Diante desse cenário alarmante, o SEEB-MA tem intensificado suas ações para combater essa política de gestão nociva. Entre as medidas adotadas, estão o oferecimento de assessoria jurídica aos bancários prejudicados, a realização de atos públicos de denúncia, visitas às agências para escuta ativa dos trabalhadores e o incentivo para que qualquer situação de assédio ou abuso de poder seja denunciada ao Sindicato. A atuação firme e vigilante do SEEB-MA visa não apenas reparar injustiças individuais, mas também frear a disseminação desse modelo gerencial adoecedor.
Nosso Sindicato segue na luta para arrancar esse punhal, proteger a saúde dos trabalhadores e defender um Banco do Brasil que respeite seus funcionários e a população.
© SEEB-MA. Sindicato dos Bancários do Maranhão. Gestão Trabalho, Resistência e Luta: por nenhum direito a menos!