SEEB rejeita proposta da Fenaban, mas assinará acordo por causa da decisão nacional.
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A Campanha Salarial deve ser considerada uma derrota para os bancários brasileiros. Apesar da luta do SEEB-MA, do SEEB-RN e do SEEB-ES, que rejeitaram a última proposta da Fenaban e cobraram uma proposta digna com reajuste de verdade, acima da inflação, a maioria das bases do país, ligadas à Contraf-CUT, decidiu, na quinta-feira (01/09), aceitar os índices indecentes dos banqueiros e do Governo Bolsonaro, que impõem grandes perdas à categoria.
DIANTE DO LUCRO DOS BANCOS
Durante toda a Campanha Salarial, o SEEB-MA chamou a atenção para a alta lucratividade dos bancos, que não conhecem a palavra crise, como outros setores da economia. Somente em 2021, as instituições financeiras lucraram mais de R$ 132 bilhões, lucros estes que continuam a crescer sem parar em 2022. Logo, não havia motivos para aceitar esse acordo bianual tão rebaixado, que não cobriu a inflação oficial medida pelo INPC nos salários, passou longe da inflação real que atinge, por exemplo, os alimentos e diminuiu a PLR dos bancários.
ERA POSSÍVEL AVANÇAR MAIS
Sem dúvidas, era possível avançar mais e conquistar um acordo parecido com o do Banpará, um banco estadual, mas que graças à pressão do funcionalismo, garantiu 13% de reajuste nos salários, 20% nos tíquetes, além de uma PLR Social maior do que a da Caixa. Porém, mais uma vez, as grandes culpadas por esse acordo vergonhoso é a Contraf-CUT e a Contec, que passaram dois meses no ar-condicionado com a Fenaban, em mesas de “enrolação”, recusando-se a pressionar os banqueiros e o Governo Bolsonaro por uma proposta com reajuste de verdade.
GREVE GERAL ERA A SOLUÇÃO
Nesses dois meses, o SEEB-MA realizou diversos atos, assembleias, retardou a abertura de agências, foi a São Paulo protestar contra a Fenaban e tentou conclamar a categoria para uma GREVE GERAL diante da ausência de propostas por parte dos patrões.
CONTRAF ENTREGA DIREITOS
Porém, a Contraf-CUT preferiu o silêncio, a subordinação e a entrega de direitos. Na prática, para manter seus privilégios, como a taxa negocial, colocou a “faca no pescoço” dos bancários, obrigando-os a aceitarem uma proposta vergonhosa, sob a ameaça de que uma vez não aceita, a categoria poderia perder direitos, devido ao fim da ultratividade dos acordos coletivos, decretada pela Reforma Trabalhista de Michel Temer.
FORA COMANDO NACIONAL!
CONFIRA A PROPOSTA APROVADA
No entanto, pouco a pouco, os bancários começam a perceber que o Comando Nacional, liderado pela Contraf-CUT, não está cumprindo o seu papel e precisa ser mudado.Tanto é verdade que nas votações pela aceitação da proposta dos banqueiros e do Governo, os trabalhadores dos bancos públicos mostraram toda a sua insatisfação com os termos do novo acordo irrisório apoiado pela Contraf, que prevê, para este ano, reposição de 8% nos salários; de 10% nos vales alimentação (VA) e refeição (VR); adicional de R$ 1.000,00 no VA, a ser creditado em outubro próximo; e reajuste de 13% na parcela adicional da Participação nos Lucros (PLR). Já para 2023, aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) para salários, PLR, VA, VR e demais cláusulas econômicas.
ACORDO SERÁ ASSINADO,
MAS A LUTA VAI CONTINUAR!
“Ressaltamos que nós, do Maranhão, além dos parceiros do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo rejeitamos as propostas da Fenaban e dos bancos públicos, mas como a maioria dos bancários do país sinalizou pela aprovação do acordo, este será assinado, de modo democrático, pois é impossível realizar uma greve em apenas alguns Estados. Asseguramos, porém, que a nossa luta por conscientização da categoria, reajuste de verdade e por nenhum direito a menos continua!” – afirmou o presidente do SEEB-MA, Dielson Rodrigues.
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