DESTAQUE / ITAÚ

SEEB-MA critica decisão unilateral do Itaú e exige explicações

Banco decide fechar mais agencias bancárias e sindicato contesta decisões.

19/08/2025 às 11:58
SEEB-MA

Clique na foto para ampliá-la

Nesta terça-feira (19.08), os coordenadores Alberto Félix e Gerlane Pimenta, representando a direção do Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA), se reuniram com o setor de Relações Sindicais do Itaú Unibanco para discutir as recentes decisões de fechamento de agências, em meio ao anunciado programa nacional de reestruturação do banco.

A agência 1140 – São Francisco, fundada em 1983 e com uma carteira de mais de 7 mil clientes, foi surpreendentemente indicada como uma das que serão encerradas no final do próximo mês. O banco justificou a medida devido a um suposto problema com o proprietário do imóvel – o que é inaceitável para uma instituição do porte do Itaú, que deveria realocar sua estrutura, dada sua dimensão financeira e institucional.
Ao invés disso, optou pelo fechamento, agravando ainda mais a sobrecarga das agências vizinhas, já pressionadas por absorver unidades anteriormente desativadas.

Menos de um mês antes do anúncio, o próprio Itaú havia se comprometido com a direção do SEEBMA a não fechar qualquer agência no Maranhão. O comunicado recente, especialmente envolvendo rumores de fechamento também da agência 7861 – João Paulo, demonstra de forma clara que a palavra do banco é incerta e seus critérios pouco claros — especialmente quando desconsideram por completo os impactos para clientes e funcionários.

Enquanto isso, o Itaú fechou 226 agências no Brasil em 2024, acima da média anual, e já contabiliza 120 fechamentos deliberados com mais 55 previstos até o fim de agosto de 2025. Ainda assim, reportou um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 11,5 bilhões no segundo trimestre de 2025, com crescimento de 14,3% em relação ao ano anterior.

O contraste entre o desempenho financeiro robusto e a eliminação sistemática de pontos de atendimento não apenas aponta para uma falta de responsabilidade social, como reforça que bastaria vontade política para manter as agências.

O processo, que o banco alega ser parte de uma reorganização estrutural — supostamente para adaptação ao perfil digital dos clientes —, tem impactos profundos na população, especialmente entre idosos, trabalhadores rurais e pessoas de baixa renda que dependem do atendimento presencial.

Alberto Félix e Gerlane Pimenta expuseram à direção do Itaú que faltam critérios transparentes, planos de compensação ou realocação adequados, além da ausência de consideração às demandas sociais. Os funcionários da agência 1140 — cerca de 8 colaboradores — estão sem definição sobre seus destinos, num contexto de profundo desrespeito com o quadro de trabalhadores.

O Sindicato reforça que continuará lutando judicialmente e mobilizando a categoria, inclusive por meio de ações judiciais com pedidos liminares, exigindo plano claro de realocação e que o banco cumpra suas obrigações sociais. A população não pode ser penalizada enquanto o Itaú lucra bilhões e reforça sua centralidade no sistema financeiro nacional.