Reivindicações das mulheres continua exigindo muita mobilização e luta, mesmo que por meios virtuais!
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No dia 8 de março de 2021, Dia Internacional da Mulher, diferentemente dos anos anteriores, mulheres do mundo inteiro não estarão, em luta, nas ruas. A pandemia do novo coronavírus, uma das maiores crises sanitárias que a nossa sociedade já enfrentou, impede-nos de realizarmos manifestações presenciais, porém, estaremos firmes e fortes nas redes sociais.
Afinal, a pauta de reivindicação histórica das mulheres continua exigindo muita mobilização, mesmo que por meios virtuais, haja vista que os diversos tipos desigualdade e violência de gênero foram potencializados neste momento triste da nossa história, especialmente no Brasil, onde o Governo Jair Bolsonaro se mostra completamente irresponsável e incapaz de combater esse tragédia que já tirou a vida de mais de 250 mil brasileiros.
No campo do mercado de trabalho, a precarização das relações de emprego é aprofundada no cenário pandêmico, com o aumento da taxa de desocupação entre as mulheres. No terceiro trimestre de 2020, a referida taxa de foi de 16,8%, segundo dados da Pnad Contínua Trimestral do IBGE. Já a taxa de desocupação dos homens foi de 12,8% no mesmo período.
Quando o assunto é violência contra a mulher, no ano de 2020, tivemos um aumento de 27% no número de denúncias de violência doméstica, em comparação ao ano de 2019, à Central de Atendimento à Mulher (número 180). Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP, pelo menos 648 mulheres foram assassinadas no Brasil em razão do gênero. Em 90% dos casos, o agressor tem alguma relação pessoal com a vítima. Só nos 15 primeiros dias do ano, 76 mulheres foram vítimas fatais desse tipo de violência.
O racismo também perpassa a violência contra a mulher. No ano passado, 66,6% das vítimas de feminicídio eram negras.
No Maranhão, a Defensoria Pública Estadual apontou uma média de 300 casos de violência contra a mulher, por mês, no ano de 2020. Desse total, em 60 tivemos vítimas fatais.
Importante salientar que a falta de representatividade feminina no poder público contribui para a ineficiência das políticas públicas para as mulheres. O Brasil ocupa o penúltimo lugar entre os países da América Latina nesse quesito.
Nas eleições de 2020, de todos os candidatos a prefeito, vice e vereador, somente 33,6% eram mulheres, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número já era baixo, mas é ainda menor quando conferimos os eleitos: apenas 15,7% são mulheres.
Esses são somente alguns números que evidenciam a realidade das mulheres. No setor financeiro, não é diferente, segundo a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho). Para se ter ideia, somos 49% da categoria bancária, porém, ocupamos apenas 9% dos cargos de gerência.
A mulher bancária também não está livre do cenário de violência machista, nem do sistema opressor que o legitima. Em 2020, o TJ-MA, em uma decisão bastante questionável, anulou sentença condenatória de Clodoaldo da Silva Alves, acusado de ter assassinado a tiros a ex-esposa, a bancária Elizelda Vieira de Paulo, em um hotel, na cidade de Imperatriz, em 2016. Um absurdo!
Por tudo isso, neste dia 8 de março, precisamos continuar a escrever a história que nossas antepassadas começaram, ainda que virtualmente, com segurança sanitária. Não podemos passar esse dia sem refletir sobre nossa realidade e nossa luta. Uma história árdua, mas cheia de amor, respeito, acolhimento e luta. Seguiremos em resistência! Por Nenhum Direito a Menos! Mulheres Contra Bolsonaro! Viva a luta das Mulheres! Lute como uma bancária.
© SEEB-MA. Sindicato dos Bancários do Maranhão. Gestão Trabalho, Resistência e Luta: por nenhum direito a menos!